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TVT Magazine: Dezembro




Olá beth, seja muito bem vinda, é uma honra tê-la conosco pela primeira vez. Beth, você poderia nos contar como foi o trabalho no seu novo álbum que leva seu nome, como foi criar um novo LP depois do seu trabalho no Supremacy, você teve altas expectativas em relação a eles e aos seus antigos álbuns?


Olá Regina! É um prazer, muito obrigada por me receber.

Trabalhar no auto-intitulado foi muito satisfatório, ao mesmo tempo que doloroso.

Isto porque, enquanto eu estava trabalhando ativamente nele, eu sabia que seria o capítulo final como Beth Thunder.

Eu já tinha algumas composições escritas antes de iniciar ativamente o álbum, porque eu estou sempre escrevendo, mas a verdade é que foi um processo muito bom, foi a primeira vez desde o Tenebrism em que eu foquei minha atenção tão fortemente para criar um disco.

Sobre expectativas e a relação com o Supremacy, olha... Eu aprendi a não criar mais expectativas para nada, sinceramente, porque tudo é uma incógnita no mundo virtual. Eu quero dizer, eu tenho muitas conquistas aqui dentro, não posso dizer que sou uma artista frustrada, pois desde meu primeiro trabalho obtive grande reconhecimento tanto dentro, quanto fora do RPG. Porém é muito difícil saber o que as pessoas vão gostar ou não, quando fiz o Freak Disco eu achava que iria ser um trabalho que não seria bem recebido, e no fim foi ao contrário.

O Supremacy teve uma visão muito mista, e o fato de eu não divulgar e trabalhar o disco como deveria não ajudou também, mas já desde aquela época eu estava com a minha cabeça em outros projetos, então, acabou sendo o que foi. Mas não me arrependo de absolutamente nada, foi como deveria ter sido.



Como foi a sua decisão de se aprofundar em seus sentimentos? Sabemos que você já trouxe um lindo trabalhos líricos nos seus álbuns 'Tenebrism' e 'Supremacy', mas você é também conhecida pelos hits como 'B#cetinha', 'Carnavanal' e 'Hair Solto de Prancha', você ficou em dúvida se seu "último" álbum deveria revelar seus sentimentos atuais ou se deveria ser um trabalho comercial como presente para seus fãs?


Eu gosto muito de ser uma cantora cheia de dualidades! É muito difícil eu acho você cantar sobre assuntos diversos como eu faço e atingir o público da forma correta. Mas nesse caso específico, eu queria ser sincera para as pessoas. Eu queria um trabalho que pudesse realmente captar as minhas ideias e sentimentos quanto ao oddcast em si, e a como eu vejo o mundo encerrando minha história nessa comunidade.
Porém eu não vou mentir que gosto de cantar putaria, na verdade, eu tenho outros dois discos prontos e outro praticamente pronto, e um destes é totalmente pornô! Mas acabei por decidir não trabalhar neles.



Você é uma artista que conhece o oddcast a muito tempo e viu muitas fases dele, como você se sentiu trazendo seu novo trabalho em meio a uma seca em relação a quantidade de pessoas presentes atualmente, acha que isso interfere na divulgação do álbum?


Como eu falei, deixei de criar expectativas sobre recepção e sucesso, então não liguei muito para isso. Porém, é inegável que dá um certo receio em lançar um trabalho novo quando a comunidade está tão parada. Estando a 8 anos aqui, eu sei que o ciclo é sempre assim, em alguns momentos esta comunidade está super agitada, com premiações, lançamentos, brigas e tudo mais, e em outras, sem nenhum single novo.

É normal, existem altas e baixas, como uma temporada de turismo em uma cidade litorânea. E sim, interfere mesmo que indiretamente, na divulgação do material sim! Mas para quem não divulga, como eu, não tem problema! É sobre isso.



 Seu álbum "Beth Thunder" é uma história sobre você mesma, como no próprio título que leva o seu nome, o LP não tem nenhuma colaboração, você pensou nisso quando criou o mesmo? Por ser uma história pessoal, você queria explicar de uma vez por todas quem é Beth Thunder, a protagonista da própria história, e sua relação com a mensagem do álbum também interfeiru na sua criação? Você escreveu e produziu as faixas nele presente também como simbolismo a sua própria história ou não teve relação?

Totalmente! Enquanto estava no processo de criação do Beth Thunder, algumas pessoas quiseram participar e colaborar, mas eu falei que dessa vez era melhor não. Foi igual ao Tenebrism, um disco que também não teve nenhuma colaboração e foi 100% feito por mim. Eu gosto muito de colaboras com outros artistas, já trabalhei com vários aqui dentro e é muito divertido, porém quando são trabalhos mais pessoais prefiro focar apenas em mim, pois se houver interferência externa me soaria como "falso", isso obviamente se a intenção é mostrar uma visão mais intrínseca. Eu acho que queria sim mostrar quem eu sou neste momento, mas confesso que poli muita coisa para por neste álbum. A razão maior foi o fato de que, nos últimos anos, tenho tentado expor o menos possível de quem eu sou. As vezes não me sinto confortável em falar de mim mesma, tanto que Supremacy e Carnavanal foram trabalhos que não expõe a persona Beth Thunder, mas são apenas personagens secundários (como arquétipos). 
Porém, como um último relato eu pensei, por que não? É óbvio que interfere na recepção, pois sendo um trabalho mais pessoal e não tão comercial, muitas pessoas talvez não compreenderão o que estou dizendo ali se não passaram/passam pelo mesmo. Foi sim! Eu gosto muito de simbolismos e mensagens ocultas! Eu sou grande fã de lirismo e de metáforas. Até outro dia conversei sobre isso com minha grande amiga Venus James. A arte de compôr não é para qualquer um, e a arte de saber utilizar referências para compor, e deixar sua mensagem mais implícita, aí realmente é ainda mais complicado. Não sei se domino totalmente esta arte, mas aprecio muito incluir as mais possíveis referências em minhas canções. Algumas mais óbvias, e outras nem tanto. Por exemplo, a canção "Van Gogh" não tem referência nenhuma ao artista explicitamente, mas quando visitei o museu Van Gogh em Amsterdam, comecei a refletir muito sobre a vida dele e sobre como ele se auto-sabotou tantas vezes. No fim, estava pensando em como nós todos somos como ele. As vezes duvidamos tanto de nós mesmos e de nossa criação, de nossa arte, e no fim das contas estamos cheios de obras de arte em nosso portfólio.  



Você explicou sua situação no lançamento do "Beth Thunder", mas tenho a vontade de perguntar, você quer continuar sua carreira virtual? seja como Beth Thunder ou como Hazel Ferdinana? Colaborar com algum artista? Seja em uma música, composição, produção, vídeo, dar uma nova vida e novas experiências para si mesma, ou isso irá marcar o fim legítimo da sua carreira virtual?


Haha, bem... Sim, eu gostaria muito de continuar. Eu adoro criar, adoro compor e produzir, adoro editar fotos, criar conceitos, tudo isso. Mas é um processo demorado e que no fim das contas, não traz retorno financeiro, que na vida adulta é muito importante. Quando comecei no oddcast, tinha 15 anos, hoje já tenho outras obrigações e não possuo mais tanto tempo para criar quanto antes. Por essa razão achei melhor parar. Porém, em trabalhos menores, pretendo continuar. Isto é, ajudando e colaborando  com outros artistas, seja como designer, compositora ou até produzindo, tenho colaborações com outros artistas que ainda estão para vir e espero que continuem por um longo tempo! 

Como Beth Thunder, eu pretendo ainda fazer algumas coisinhas sim, embora este seja um álbum pessoal, por ser o último, quero ainda colaborar com outros artistas em remixes e featurings. Também, se houver demanda, posso divulgar os trabalhos anteriores que já tenha feito e não lancei. Sinceramente, tudo depende de como as coisas fluam neste trabalho. 

No fim, quando digo que é o "fim da carreira como Beth Thunder" eu quero simplesmente dizer que pretendo parar de lançar álbuns, singles e clipes, pelo menos por enquanto. Posso mudar de ideia, mas acho difícil.



E para finalizar nossa entrevista, gostaríamos muito de saber sobre a divulgação do seu álbum, o music video de "Dor de Cabeça" foi divulgado junto ao lançamento do álbum, então recebemos tudo da era de uma única vez, você planeja lançar novos singles para promovê-lo, videoclipes, performances ou remixes para seu auto-intitulado, ou até quem sabe uma versão Deluxe ou Remixada?


Com certeza! Vem mais singles e clipes aí sim, vem o álbum de remixes e lives! Quero fazer muito mais coisas para encerrar esta era com chave de ouro!


A The Virtual Times agradece a participação de Beth Thunder

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